domingo, 13 de julho de 2008

JANELAS E CHUVAS

A reclusão que assalta o momento,
O fora que insiste em ser dentro,
O cinza que se esparrama e arrefece
A pele, o riso, o relento.

O chiado que cheira a terra,
A consternação que não espera
A gente se abrigar
Da luz que se encerra.

Os borbotões translúcidos:
Sou cada um deles.
Vejo-me em cada um deles,
No embaçar do cristal.

Rostos lúcidos
Em quatro paredes.
Dois verbetes,
Num instante matinal.

Silêncio!
A chuva as açoita.
Já elas tremem.

Intenso!
Nas gotas, a mulher afoita.
Já nelas, sêmen...

Já nelas,
Chuvas.
Erivelton Sardinha