domingo, 13 de julho de 2008

JANELAS E CHUVAS

A reclusão que assalta o momento,
O fora que insiste em ser dentro,
O cinza que se esparrama e arrefece
A pele, o riso, o relento.

O chiado que cheira a terra,
A consternação que não espera
A gente se abrigar
Da luz que se encerra.

Os borbotões translúcidos:
Sou cada um deles.
Vejo-me em cada um deles,
No embaçar do cristal.

Rostos lúcidos
Em quatro paredes.
Dois verbetes,
Num instante matinal.

Silêncio!
A chuva as açoita.
Já elas tremem.

Intenso!
Nas gotas, a mulher afoita.
Já nelas, sêmen...

Já nelas,
Chuvas.
Erivelton Sardinha

4 comentários:

sem resposta disse...

GOSTO DO TRABALHO COM AS PALAVRAS, MISTURA SENSAÇÕES E SENTIMENTOS, USO DE PALAVRAS OPOSTAS(IDÉIA DE CLARO E ESCURO)E A QUEBRA DE PALAVRAS É O QUE DÁ AÇÃO(ATO SEXUAL).

Daniel Massa disse...

muito bom! muito bom!

Thiago Dias - Cantor disse...

Show cara, parabens virei fa, muito bom mesmo.

Anna disse...

Nao canso de ler outra e outra e outra vez mais... Sublime tal qual a chuva que cai agora!